Se a sua empresa possui um quadro equilibrado de liderança feminina, ela já está um passo à frente quando se trata de igualdade de gênero. Mas essa ainda não é a realidade na maioria das instituições no Brasil.
Segundo dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Instituto Ethos, apenas 13,6% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres nas 500 maiores empresas brasileiras. Além disso, 68% das mulheres apontam o preconceito dos seus chefes como a principal barreira para assumir um cargo de liderança, de acordo com uma pesquisa do El País e Instituto Locomotiva.
Embora os dados sejam diferentes do esperado, estimular a liderança feminina nas empresas é essencial para promover a igualdade de gênero, além de tornar os ambientes mais inovadores e competitivos. Entenda mais sobre o assunto.
Dados sobre o mercado de trabalho para as mulheres
Em pesquisa realizada pelo Infojobs, 44,4% das mulheres acreditam que as lideranças femininas aumentaram nos últimos anos, mas que ainda é menor em relação aos homens.
Além disso, 73,8% das participantes afirmaram que sentem a necessidade de serem mais qualificadas em relação aos homens para disputar uma oportunidade em cargos de liderança.
Porém, de acordo com um estudo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres podem ser consideradas mais qualificadas, uma vez que:
- Elas estudam mais do que os homens;
- 21,5% das mulheres completaram a graduação, enquanto apenas 15,6%
dos homens atingiram o mesmo feito; - 57% dos estudantes de ensino superior são mulheres;
- Elas ocupam cerca de 71,3% das vagas nos cursos de licenciatura;
- No bacharelado, 54,9% dos ingressos são do sexo feminino;
Além dessas barreiras, ainda há a questão do viés de gênero em muitas áreas. Em setores como engenharia e tecnologia, o viés de gênero impacta em 70,4% ao recrutar, reforçando estereótipos sociais e biológicos.
A importância de mulheres em cargos de liderança
No fator social, a ocupação de liderança feminina é uma maneira de mostrar representatividade. Isso porque, líderes mulheres se tornaram referência para que outras mulheres enxerguem as possibilidades de crescimento profissional e realização pessoal.
No entanto, promover a liderança feminina vai muito além do fator de igualdade e diversidade nas instituições e na sociedade como um todo. As vantagens de apostar em diversidade de gênero impactam também na esfera rentável das empresas.
O estudo “Diversity Matters”, da consultoria McKinsey, mostrou que organizações que contam com equipes executivas com equidade de gênero têm 14% mais chances de superar a performance dos concorrentes. Além disso, essas empresas também podem alcançar 93% mais chances de terem um desempenho financeiro maior.
Em termos de clima organizacional, a companhia também tende a ganhar em ideias, inovação e retenção de colaboradores. O estudo também apontou que empresas comprometidas com a diversidade possuem 152% mais chances de terem ideias inovadoras.
Ainda em termos de diversidade, 80% das empresas que investem nessa questão concordam que seus líderes promovem um diálogo aberto e trabalham de forma mais positiva.
Características da liderança feminina
Embora cada profissional tenha o seu perfil e particularidades, algumas características costumam ser comuns na liderança feminina:
Empatia
Líderes mulheres tendem a se colocar mais no lugar do outro e prestar atenção no lado humano de cada colaborador. Essa atitude costuma gerar uma contribuição importante para o clima organizacional da empresa e a inspiração e motivação das equipes.
Flexibilidade
Geralmente lidam com uma série de demandas ao mesmo tempo, o que as faz ter melhor senso de distribuição e da solução de problemas junto à equipe. Além disso, as mulheres são mais propensas a se adaptar às mudanças do mercado e da rotina.
Escuta ativa
Essa característica que é derivada da boa relação interpessoal, agrega à liderança feminina uma comunicação flexível e não violenta. Com isso, tendem a ter mais facilmente a confiança da equipe, parceiros e clientes.
Leveza
Dentro das instituições, a maneira como a maioria das líderes mulheres aplicam feedbacks, auxiliam seus times e conduzem sua rotina de trabalho, tende a ser acolhedor e agradável.
Embora haja profissionais que levem a liderança a partir de um perfil autoritário e agressivo, essa não é uma tendência de grande parte das líderes mulheres.
Grandes líderes brasileiras para se inspirar
Veja alguns nomes para seguir e se inspirar quando o assunto é liderança feminina:
Alcione Albertoni
A empreendedora no ramo de importação de lâmpadas FLC também fundou em 1993 a ONG Amigos do Bem, que combate a fome e a miséria no Brasil, e já foi reconhecida como a melhor ONG do país.
Ana Fontes
Em 2010 ela criou a Rede Mulher Empreendedora, uma plataforma para compartilhar conteúdo e divulgar empresas de mulheres, tornou-se a maior rede focada em empreendedorismo feminino no Brasil e já ajudou mais de 270 mil empreendedoras de sucesso.
Assista ao webinar sobre atitude empreendedora com Ana Fontes
Ana Paula Prado
A country manager do Infojobs possui mais de 20 anos de experiência no setor de RH, com sólida atuação em vendas. Ana Paula é referência quando o assunto é liderança feminina e ajudou no desenvolvimento do plano de negócio de softwares de tecnologia para RH, que vem transformando a área com soluções tecnológicas e inovadoras.
Camila Farani
Exemplo de liderança feminina, Camila Farani é um dos grandes nomes do empreendedorismo brasileiro e do investimento anjo. Camila também é a co-fundar do Mulheres Investidoras Anjo (MIA), grupo pioneiro no país, e a se especializar em lideranças femininas pela Fundação Dom Cabral e Smith´s College Executive Education for Women.
Cristina Junqueira
A grande empresária faz parte do grupo de co-fundadores de empresas unicórnios e uma das responsáveis pela fundação da Nubank, empresa global com valor de mercado superior a US $1 bilhão.
Luiza Trajano
A fundadora da rede Magazine Luiza é um dos maiores exemplos de liderança e empreendedorismo do Brasil. Luiza é a CEO da empresa e palestra em turnê nacional, apresentando a importância da inserção feminina no cenário organizacional.
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